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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A história local

Estação arqueológica do Cabeço do Vouga
Sítio da Mina



Da ancestralidade da ocupação romana - I

A existência de abundantes recursos naturais em toda a região do Vouga/Marnel favoreceu a ocupação humana desde épocas recuadas, tornando o Cabeço do Vouga e respectivos terraços fluviais, na cabeça do povoamento neste trecho do Baixo Vouga.
Encontram-se assim, nas margens do rio Vouga, provas irrefutáveis da grande antiguidade, para a região, da fixação humana, mesmo que ainda de carácter precário e sazonal.
Remontam pois ao Paleolítico Superior, há cerca de 40.000 anos, os primeiros vestígios credíveis de que grupos humanos, de economias incipientes, com base na caça, na pesca e na recolecção, aqui se "fixaram".
Tais testemunhos têm apenas um carácter artefactual, ou seja, estes grupos deixaram-nos marcas da sua passagem, nos objectos que, de uso quotidiano, nos legaram, tais como seixos talhados, lascas retocadas, lâminas, lamelas, alguns exemplos de vasta panóplia da cultura material destes caçadores, pescadores, recolectores.
Com o advento do optimum climático e a melhoria das condições atmosféricas que, a partir do V milénio, se começam a fazer sentir, com alterações não só ao nível da subida da temperatura média mas também, e daí decorrente, da modificação dos níveis aquosos, do coberto vegetal e das espécies animais, a densidade populacional acentua-se e, como consequência, os vestígios ocupacionais tornam-se mais visíveis.
A sedentarização começa a afirmar-se: as actividades do pastoreio e da agricultura passam adquirir um estatuto mais marcante, modelando também elas a paisagem envolvente.
Estas transformações, que ocorrem entre o Neolítico e o Calcolítico repercutem-se, como não poderia deixar de ser de outra forma, no tecido mágico-religioso destas comunidades.
Daí as grandes manifestações de carácter funerário, bem documentadas pelas sepulturas colectivas - mamoas ou tumuli - identificadas na região; elegia final, dos vivos para os mortos da comunidade, os pais ancestrais, fundadores da mesma.

(Continua)

(Extraído do Guia da estação e do visitante, da Estação Arqueológica do Cabeço do Vouga - Sítio da Mina, Edição da Câmara Municipal de Águeda/Gabinete de História e Arqueologia, Texto e imagem de Fernando Pereira da Silva, Design de Pedro Alves/Divisão de Estratégia e Planeamento, Janeiro de 2008).

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