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terça-feira, 18 de agosto de 2009

A região na visão do escitor

A PAISAGEM DO VALE DO VOUGA

Da estrada para a banda do rio assenta a vila de Lamas. Para o oriente abrange a vista as vinhas e margens do Vouga, as férteis terras de Valongo e do Brunhido, o vale onde corre o Alfusqueiro e a encosta graciosa de Macinhata, perdendo-se o rio estrangulado entre montanhas para lá de Jafafe e de Açores e rodeando o horizonte a lomba gorda do Arestal, os dentelados e agudes cumes da serra das Talhadas e os vultos grandiosos do Caramulo e do Buçaco que fecha ao sul o quadro, depois de extensos pinheirais.
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Infanções antigos de Santa Maria, soberbos e poderosos mais que todos os nobres daquelas redondezas, deviam os senhores do Marnel construir o seu ninho de Águias, no viçoso daquele cabeço, dominando os vales do Vouga e do Marnel e aquela chave da passagem de sul para o norte.
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Era admirável o panorama em torno, espraiando-se ao poente numa larga bacia cortada pelo Vouga até à confluência do Águeda e circundada por colinas verdejantes onde ressaltam os povoados, também com tradições históricas, de Alquerubim, da Trofa, de Segadães e do Amial. Ao norte domina-se a ponte na longa fita da estrada rial e a antiga vila de Vouga, banhando nas águas do rio a vetusta ascendência da romana cidade de Vacca ou Vácua, cortando o horizonte uma extensa floresta que serve de fundo à velha Albergaria de D. Tareja, estendida para lá da mata de Serém.
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Aos pés ficam-lhe como no fundo de vasto anfiteatro, a lagoa estendida até à velha ponte de arcos caracteristicamente românicos e mais ao lado até à ponte nova, os pântanos do Marnel no lodaçal esverdeado...

(Alguns excertos sobre a descrição do Vale do Vouga, talvez como ele era nos finais do século XIX ou princípios do século XX, inserido no livro «OS SENHORES DO MARNEL», de Vaz Ferreira, editado em 1925, pela Imprensa Libânio da Silva - Lisboa)

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