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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DE SERÉM

Uma deslocação e um desvio até Serém, para revisitar e rever o estado de algumas ruínas de antigos edifícios do que foi o Convento de Santo António de Serém. Penso que a sua designação correcta será Convento dos Capuchos da Província de Santo António de Serém (pág. 157, do livro «Da Corografia Portugueza», Lisboa 1708, digitalizado em Google - pesquisa de livros).
Deparamos com o templo ali existente bastante degradado, mas com muita e valiosa história ainda visível. Se não lhe “deitarem a mão” certamente que tudo o que resta poderá desaparecer.
Verificamos ainda o que foi o dormitório, porque todo o recheio da Quinta (Cerca do Convento) já lhe deram um destino, talvez (não sei), demasiadamente cruel, cortando-lhe todas, ou quase todas as árvores. O que resta lá dentro não se pôde confirmar. E por isso, lá fomos à pesquisa da história do Convento. E não houve grande esforço, porque história deste convento dificilmente se apaga.

Em 1959 e, à falta de outra origem, temos outra vez o Inventário Artístico de Portugal, na parte que nos interessa. Aqui se dá conta de uma extensa redacção sobre o Convento de Santo António de Serém. Respigamos o seguinte:
«Era seu titular Santo António. Pertencia ao tipo dos observantes franciscanos e à subdivisão dos recoletos ou da observância mais perfeita, que no meado do século XVI se constituíra em província de Santo António. Nos primeiros anos do século XVIII esta província subdividiu-se, ficando os conventos da Beira e do Minho a formar a província da Conceição, incluindo este de Serém.»

E mais abaixo, podemos ainda reter esta passagem:
«Resta só a igreja e o pequeno coro que avança do cunhal esquerdo da frontaria. A parte conventual, que deveria ser pobre, foi demolida. A actual igreja não é a do início; deverá datar dos fins do século XVII ou da primeira metade do seguinte.»
E CONTINUA; «O recheio desapareceu praticamente. A gente da povoação vizinha de Serém de Baixo é que, dedicadamente, tem ali mantido o culto e feito reparações.
O retábulo principal segue tipo setecentista final, já sem ornato concheado, mas de magras grinaldas, podendo ser já do século XIX. Conservam-se ainda aí um santo e santa franciscanos.»

DOIS FACTOS CURIOSOS: «Os colaterais da igreja de Macinhata, como ficou dito, foram levados daqui e são do mesmo tipo do principal; posto que tivessem sido alteados, já no convento não poderiam ficar incluídos nos arcos mas só sobrepostos.
Dizem que o principal da Trofa também daqui foi. Poderia ser o do Sacramento e estar no arco do flanco direito. Todavia é necessário verificar medidas; temo-nos deparado com muitas falsas atribuições.»
NO FIM RELATA: «Foram conservadas na cerca pequenas coisas, como dois nichos no tipo de capela-abrigo, com esculturas de pedra, seiscentistas, da Senhora da Conceição e Stº António, além de fragmentos vários.»

No dia da visita ficamos a saber que ainda não há muito tempo esta pequena igreja foi assaltada e até um tanto vandalizada, o que, em certa medida, ajuda sobremaneira a que aquilo que se devia conservar é destruído por imbecis e inconscientes. E assim mais rapidamente.

2 comentários:

Unknown disse...

Para uma melhor compreensão da incúria que está por trás destes surtos de assaltos ao património cultural português, recomenda-se a consulta aos seguintes tópicos do Forum Arqueologia:

http://arqueologia.informe.com/o-porqun-dos-roubos-do-patrimninio-artn-stico-dt1699.html

http://arqueologia.informe.com/porque-desaparecem-os-azulejos-antigos-dt1697.html

Cumprimentos

JM Ferreira disse...

Ao Manuelinho;
Agradeço a visita e mais que isso agradeço ainda o facto de nos alertar, através daqueles sites, para os desmandos que por aí andam.
A propósito de roubos e ouytras trafulhices, peço uma visita, neste blogue, ao post de 30 de Junho, com o título «Assaltos aos templos da região» e vejam os vídeos dos três canais de TV.

Obrigado pela visita.
JM Ferreira

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